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Ivan Ivánovitch e Ivan Nikíforovitch são dois respeitáveis cidadãos de uma vila no interior da Ucrânia, no início do século XIX. Apesar de muito diferentes um do outro, mantêm uma amizade que é objeto de admiração. Vizinhos entre si, estão sempre a se frequentar para jogar conversa fora. A amizade de longa data chega ao fim quando um chama o outro de raposa velha, depois de se recusar a trocar sua arma por uma porca mais dois sacos de aveia. Uma novela animada por um sentimento de alegria e leveza, com momentos do mais puro pastelão, junto a um cinismo resignado sobre a condição humana.
Nikolai Vassílievitch Gógol nasceu na Ucrânia em março de 1809. Aos vinte anos publica o poema épico Hans Küchelgarten, que foi ridicularizado pela crítica. Abalado, Gógol embarca para a Alemanha, onde permanece por pouco tempo. De volta à São Petersburgo, conhece o poeta Puchkin, que teria forte influência em sua vida. Publica histórias sobre os costumes de sua terra natal e introduz o humor na literatura russa. Em histórias como O Capote (este descrito por Elias Canetti como a melhor novela jamais escrita e por Dostoievski como origem da moderna literatura russa) e O Nariz, e em romances como Almas mortas, Gógol desenvolveu um realismo amargo misturado com humor irônico e um surrealismo surpreendentemente precoce. Em 1836, temendo ter ofendido o czar com sua peça satírica O Inspetor Geral, Gógol começa uma série de temporadas europeias que se estendem por um período doze anos, durante o qual mora em países como Alemanha a Itália. Ao retornar, publica uma coleção de ensaios que apoiam o governo que ele sempre havia criticado, e é impiedosamente atacado por antigos admiradores. Deprimido, mental e fisicamente debilitado, em fevereiro de 1852 ele queima seus manuscritos inéditos – inclusive a sequência de Almas mortas. Desiludido, amargurado, com acessos de delírio, morre dia 21 de fevereiro de 1852 após um jejum autoimposto.