PRÉ-VENDA - Disponível a partir de 20 de setembro
Publicados em 1938 tendo por base a reunião inicial de oito contos escritos em torno de uma família de sertanejos pobres, os trezes capítulos de Vidas secas são mais do que o périplo de uma família de retirantes acossados pela estiagem. Extravasando o escopo de um realismo marcado pela ambiência rural e a denúncia das mazelas sociais do campo, que se consagrou na década de 1930 sob a rubrica de literatura regionalista, Graciliano Ramos propõe um mergulho nos dramas íntimos de seus protagonistas em seus temores, desejos e esperanças , bem como uma exposição das violências a que são submetidos e da crua dureza com que constituem sua resistência. Nesse mergulho às consciências de Fabiano, sinha Vitória, os dois meninos e não menos importante seu animal de estimação, a cachorra Baleia, lemos momentos da mais bela elaboração literária, em que convergem o compromisso ético do autor diante de sua matéria e a construção estilística do texto, cuja economia veste com precisão o humano e sua condição.
Não parece absurdo afirmar: Vidas secas é um dos marcos incontornáveis da prosa brasileira. É difícil reunir um conjunto de obras em prosa ou verso que se ombreie com seu impacto e permanência na vida cultural do país. Uma obra que forma leitores e escritores há quatro gerações. Em um mundo onde milhões de famílias são obrigadas a migrar, seu profundo drama humano continua, infelizmente, atual.