No verão de 1947, Índia e Paquistão, até então uma única colônia britânica, tornam-se duas nações independentes, precipitando a migração de mais de dez milhões de pessoas, muçulmanos da Índia fugindo para o Paquistão e de hindus e sikhs no caminho inverso. Enquanto parlamentares discursam sobre democracia em Délhi, multiplicam-se os mortos em confrontos entre os dois lados. A aldeia fictícia de Mano Majra, perto da fronteira com o Paquistão, permanece à margem dos conflitos. Ali, muçulmanos e sikhs convivem pacificamente, numa rotina ritmada pelos trens que passam - e raramente param - na estação local. Para eles, o único sinal de que algo mudou são os horários inconstantes dos trens cada vez mais cheios levando e trazendo refugiados. Quando um deles estaciona silencioso, o comissário de polícia, um militante político educado na Inglaterra e o bandido profissional local precisam se posicionar frente à ameaça de um massacre. Uma reflexão afiada não apenas a apenas sobre Índia pós-independência em busca de sua própria identidade, mas também sobre a intolerância e o fundamento religioso. Publicado em 1956, traduzido para vários idiomas, é considerado um dos livros mais importantes escritos na Índia no século XX.
Khushwant Singh, nasceu em 1915, na cidade de Hadali (hoje no Paquistão), província de Punjab, região ao noroeste da Índia que foi dividida em 1947 na separação entre Índia e Paquistão. Conhecido e respeitado na Índia como escritor e articulista, foi editor de periódicos, entre os quais o National Herald e o Hindustan Times. É autor de vários romances e também de obras de não-ficção sobre a religião e a cultura Sikh. Entre 1980 e 1986, Singh foi membro do Parlamento Indiano. Em 1974, recebeu o prêmio Padma Bhushan, que o autor devolveu em 1984 em protesto à ocupação pelo governo indiano do Templo Dourado.
Em 2007, recebeu o Padma Vibhushan, o segundo mais importante prêmio cívico da Índia.