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O fio condutor do livro é um diálogo entre uma psiquiatra e seu paciente. A médica procura saber do paradeiro de Elsa, companheira desaparecida do paciente, e ele procura fazê-la entender o Deus Árvore. O real e o onírico se fundem não apenas na narrativa, mas em intervenções de figuras na própria mancha do texto, como que saltadas da cabeça do paciente para o papel. Ao redor dessa situação concreta, vai se formando uma constelação de pequenas estórias e temáticas na qual fica cada vez mais difusa a fronteira entre o racionalismo discursivo, que disseca por igual sujeito e objeto, e a visão alucinada de quem procura o reencantamento de um mundo sem divindades. O autor consegue aliar ousadia e rigor numa fábula moderna que fica entre o psicodélico e o branco de quatro paredes de um sanatório.
Felipe Polléri (Montevidéu, 1953) definiu a si próprio como um “esquisitão” de feroz neoexpressionismo. Publicou os títulos: Carnaval, 1990, Colores, 1991, Amanecer en Lisboa, 1998, El rey de las cucarachas, 2001, Vida de los artistas, 2001, El alma del mundo, 2005, Gran ensayo sobre Baudelaire (una novela histórica), 2007, La inocencia, 2008 y Los sillones marchitos, 2012. Desde 2003 trabalha como jornalista no suplemento El País Cultural.